Descrição do Risco


Actualmente, os acidentes rodoviários constituem uma importante preocupação ao nível dos riscos tecnológicos. São uma importante causa de vítimas, muitas das quais mortais, e cujo número se mantém elevado, apesar de inúmeras campanhas no sentido da redução da sinistralidade rodoviária.

Na verdade, a maioria dos acidentes rodoviários devem-se a erros humanos apenas transpostos para cartografia de risco através da variável ocorrências anteriores. Desse modo, e como a vulnerabilidade se relaciona quase exclusivamente com as próprias pessoas envolvidas nos acidentes rodoviários, neste tipo de risco tecnológico não são considerados elementos de vulnerabilidade.

Assim, o risco rodoviário nos concelhos de Mirandela, Macedo de Cavaleiros e Bragança reflecte unicamente a Perigosidade derivada de elementos externos à própria condução de veículos rodoviários. A este nível, são considerados elementos associados às rodovias existentes nos três concelhos, assim como a perigosidade de alguns elementos climáticos, igualmente analisados no âmbito deste trabalho.

Carta de Risco

CARTA DE PERIGOSIDADE

CARTA DE VULNERABILIDADE

Metodologia e variáveis utilizadas


A metodologia utilizada para a elaboração da cartografia contém vários níveis de informação, relacionados com elementos condicionantes de acidentes rodoviários, para a determinação da Perigosidade (Figura 19).


METODOLOGIA PARA A CARTA DE PERIGOSIDADE


Para a definição da Perigosidade consideram-se as seguintes variáveis:
Ocorrências anteriores – esta variável é muito importante, na medida em que é um indicador das áreas mais críticas no que diz respeito à ocorrência de acidentes rodoviários. Informação obtida através de dados fornecidos pelos municípios e pela consulta de periódicos;
Tipo de via – variável que associa o tipo de via rodoviária à eventual velocidade atingida pelas viaturas. Deste modo, quanto mais importante a via, mais pontuação é atribuída;
Intensidade de tráfego – indicador do maior ou menor congestionamento das rodovias, com base em dados fornecidos pelos municípios. Constatação da maior intensidade de tráfego rodoviário de acordo com o tipo de via;
Estado de conservação das vias – indicador do estado das rodovias, com base em dados fornecidos pelos municípios;
Cruzamento de vias rodoviárias – indicador de áreas críticas, de acordo com o tipo de vias, devido à intensidade de tráfego e às velocidades de circulação. É atribuída uma distância máxima de 100 metros, de influência nos cruzamentos rodoviários;
Cruzamento de vias rodoviárias e ferroviárias – indicador de áreas críticas, de acordo com o tipo de guarda efectuada nas passagens de nível ferroviárias. É atribuída uma distância máxima de 100 metros, de influência nestes cruzamentos;
Atravessamento de localidades – variável que considera a perigosidade derivada da eventual presença de peões e de maior concentração de veículos. Para tal utilizaram-se as áreas sociais existentes na carta de ocupação do solo estabelecendo ponderações diferentes consoante a densidade populacional. Para este caso, às principais cidades atribui-se a pontuação mais elevada;
Perigosidade de geadas – reclassificação de cartografia de perigosidade elaborada neste trabalho;
Perigosidade de nevões – reclassificação de cartografia de perigosidade elaborada neste trabalho;
Perigosidade de nevoeiros – reclassificação de cartografia de perigosidade elaborada neste trabalho;
Perigosidade de movimentos de vertente – reclassificação de cartografia de perigosidade elaborada neste trabalho.

INTERPRETAÇÂO DOS RESULTADOS


Tal como se referiu anteriormente, neste tipo de risco tecnológico, apenas foi considerada a perigosidade como indicador do risco de acidentes rodoviários. Deste modo, tratando-se de acidentes que apenas podem ocorrer em vias rodoviárias, foram definidas essas vias como áreas de vulnerabilidade diferenciada, em função das variáveis analisadas. Nas restantes áreas a vulnerabilidade é nula. Assim sendo, em todos os concelhos a perigosidade é moderada nas estradas secundárias do concelho (Estradas Municipais e Caminhos Municipais).

CONCELHO DE MIRANDELA


A perigosidade elevada está associada principalmente à rodovia mais importante do concelho (IP4) assim como às rodovias urbanas, na cidade de Mirandela e nos aglomerados populacionais onde passam rodovias.

CONCELHO DE MACEDO DE CAVALEIROS


Em Macedo de Cavaleiros a perigosidade elevada está associada principalmente às rodovias mais importantes do concelho (IP4 e IP2) e às rodovias urbanas, na cidade de Macedo de Cavaleiros, assim como nos aglomerados populacionais atravessados pelas rodovias.

CONCELHO DE BRAGANÇA


No concelho de Bragança a perigosidade elevada está associada principalmente ao IP4, rodovias urbanas, na cidade de Bragança e aglomerados populacionais atravessados pelas rodovias. Há a registar igualmente um sector do IP4 onde a perigosidade se apresenta muito elevada, nomeadamente no sector da saída Bragança Sul (Couto).

FONTES DE INFORMAÇÃO


Carta de ocupação do solo de 1990 modificada, Instituto Geográfico Português, 1990;

Cartas militares em formato vectorial, escala 1/25000, Instituto Geográfico do Exército, 1995;

Dados sobre tráfego rodoviário no distrito de Bragança nos anos 2005 e 2006 e sobre estado de conservação das rodovias, Instituto de Estradas de Portugal, Lisboa;

Dados sobre acidentes rodoviários, CDOS 2003-2006, Bragança;

Periódicos regionais, nomeadamente o Mensageiro de Bragança (1940-2007), Notícias de Mirandela (1957-2007), o Cardo (1982-1996) e Jornal Nordeste (1996-2002).